20.6.07

[O bitinique Lawrence] Ferlinghetti seguia enumerando toda sorte de meganhas, até o magnífico final:
˙[...] E a qualquer um e a todos que matam & matam & matam & matam pela Paz / Eu ergo meu dedo médio na única saudação apropriada˙

Os cientistas vêem a separação entre os antepassados do homem e os de outros macacos contemporâneos no desenvolvimento do polegar opositor: é o dedo da mão que se opõe aos outros quatro, permitindo segurar objetos com firmeza e fineza, que construiu catedrais; ou seja, foi ele, tanto quanto o cérebro volumoso e compatível, que nos tornou humanos. Como paleantropólogo de fim de semana e ferlinguetista em tempo integral, gostaria de propor um desdobramento desta idéia. Se, no passado remoto, foi o polegar opositor que nos fez humanos, hoje, é o médio opositor que pode nos manter humanos. É erguendo o dedo médio, na única saudação apropriada, que nos afirmamos como gente, em oposição às estrelas do noticiário político-policial [˙political˙, diria Leminski?].

[Mais uma vez pra marcar]
˙[...] E a qualquer um e a todos que matam & matam & matam & matam pela Paz / Eu ergo meu dedo médio na única saudação apropriada˙

Do Arthur Dapieve, no Nomínimo.com.br.

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