30.4.07

Estava decidido a ser o primeiro homem a pisar na lua mesmo avisado que isso já havia sido feito.

29.4.07

Vitória, 2006

Sabe-se de um caixeiro viajante que começou a sentir dor no pulso esquerdo, justo debaixo do relógio de pulso. Ao arrancar o relógio, o sangue jorrou: a ferida mostrava os sinais de uns dentes muito finos.

O médico acaba de nos examinar e nos tranquiliza. Sua voz grave e cordial precede os remédios, cuja receita ele escreve agora sentado à mesa. De vez em quando levanta a cabeça e sorri, animando-nos. Não é nada de mais e daqui a uma semana estaremos passando bem. nos refestelamos no sofá, felizes, e olhamos distraidamente em volta. De repente, na penumbra debaixo da mesa, vemos as pernas do médico. Ele arregaçou as calças até as coxas e veste meias de mulher.

Ultimo trecho do ˙Instruções-exemplos sobre a forma de sentir medo˙.
Do Histórias de Cronópios e de Famas, Julio Cortázar

28.4.07

Vila Velha, 2006

[...] o azul é como o mar. O marrom, como esta árvore [e levou a mão do amigo até o tronco]. O vermelho... o vermelho é como o céu.

Segundo o diretor Cristiano Bortone, nessa seqüência do ˙Vermelho como o céu˙ os diálogos são todos improvisados. E a associação improvisada do céu com o vermelho, feita pelo menino ator, acabou virando o nome do filme.

Lembrei do diálogo d˙Os Matadores˙ sobre o azar que dá deixar o corpo do morto de bruços. Melhor diálogo do filme e de improviso. Pode ser que seja como na música. Aqueles malucos que passariam dois dias improvisando em um mesmo tema coisas fantásticas.

˙Taquaruçú de espinho, muito macuco, aquela coisa toda, né.˙ Tem as histórias contadas pelo Tom e Vinícius que, se reunidas em um volume, poderia bem ser um tratado geral sobre... então, é... isso mesmo. ˙O Vinícius naturalmente me levou para o grande mundo carioca. Me levou à casas em lugares altos que tinha piano de calda, tinha aquelas senhoras bonitas bem lavadas, dentes. Muito bonito.˙ Diz do Tom.

Tem a outra coisa de pensar em show e filmagem não como lugar de criação mas de execução. Com isso o improviso ganha uma força tremenda. De repente em cima do palco, diante das luzes, câmeras se concentram as expectativas dos músicos, platéia e tudo mais de forma a criar próprio uma atmosfera criativa. Os aplauso e a fadiga, tensão podem servir de combustível [˙ah, essa luz! só pode ser Jesus˙]. Pode ser.

Interessante para o público presenciar um improviso certeiro. É a impressão de ver e participar do processo de criação. O errinho e a respirada fora de lugar legitimaria e autenticaria obra e autor. Isso sem falar da tosqueira [úiah!] que leva isso ao limite do aceitável [passar um pouco é normal].
O escultor lá da ruazinha do centro, trabalhando sobre uma imagem sacra, se escondeu tanto quando estava fazendo sua foto que nem me viu.

27.4.07

Alto do Moura, Caruaru, 2003

Eu vi na porta da repartição uma mulher sendo retirada à força puxada aos solavancos pelo braço por um policial. Assisti a tudo atônito marcado por dois outros policiais que, depois de terem me visto fotografar, estudavam minuciosamente cada linha da carteira de jornalista e passaporte. Os quarto e quinto policiais se ocupavam da barreira. Afastavam da porta aos gritos as cerca de 100 pessoas que, como eu, não tinham a senha para chegar ao guichê de informações ou ao outro [ainda mais disputado] para pedir os documentos de permanência no país. Se aglomerava impotente um apanhado multi-étnico. Em comum a intenção de permanecer dentro da lei.

25.4.07

˙Ah, vamos encontrar lá no barzinho, lá no Galvêas˙, que era um barzinho lá na cidade, lá no centro do Rio, onde ele ficava e tinha a cadeirinha cativa dele, né. E onde por anos a fio bebeu como não é normal, sabe... É... a bebida respeitava o Pixinguinha. Eu sempre digo isso: Só não pode beber quem não tem bom caráter, sabe...
Do Vinícius no ao vivo em Salvador. Um dos que chegaram.

24.4.07

Vitória, 2006

Belo garoto propagando esse João Bosco. Já desembarcaram por aqui uns 10 discos. Coisa variada e surpreendentemente boas. Digo, bom mesmo. Muito. Da bossa ao samba-enredo. Partido alto, canção, samba rock, jazz e aí vai.

Chegou primeiro o Cartola, precursor e motivador da campanha que, junto com Seu Jorge, me fez perceber que não dá pra ficar sem ouvir coisas do tipo [quando o Seu Jorge encontrou o Cartola]. Na seqüência vieram o Chega de Saudade, do João Gilberto, e um ao vivo do Vinícius em Salvador junto com Toquinho e Ângela Maria. Pancadas!

O Tom ao vivo em Minas com aquele monte de história e o piano. Dedo na ferida. Samba enredo [coisa fina a Aquarela Brasileira]. João Donato [A Bad Donato! O que é mesmo a música contemporânea?]. O samba punk desafinado do Mundo Livre S/A ao vivo no Tim Jazz de 2005. Que maravilha! E o Jorge Ben... num podia faltar. Veio logo o Samba Esquema Novo.

Dicas muito boas também. ˙Discografias˙ no orkut é uma festa. Tem também os ˙sambas esquecidos˙ [realmente esquecidos - se é que algum dia foram lembrados] e várias outras comunidades boteco. Até Astor Piazzolla pintou por essas bandas. Disse que veio representar o popular portenho. Muito bem vindo, parceiro.

Num balanço [parcial! manda, manda mais] isso tá bom pra saber por onde o samba tem andado e os caminhos por onde se embrenhou [duas horas da manhããã...] e que faltou uma bebida. A foto é pra tentar inspirar e renovar as boas intenções.

23.4.07

João Bosco. Vitória, 2006

Impulsionado pela nobre atitude dos irmãos Sacramento de Oliveira - Cartola e Seu Jorge chegaram sãos e salvos da grande travessia - lanço a campanha 'me mande um samba'. Vai lá no seu acervo, pega um disquinho, upload-o e mande para o brunozorzal@gmail.com que está de portas abertas para recebê-lo. Tá bom, para não correr o risco de passar por interesseiro, beberemos um café por minha conta. Tem uma cafeteria legal ali em San Lorenzo. Levando em conta que esse pedaço de internet costuma ser freqüentado por umas 3 ou 4 generosas almas, serão mais uns discos aqui no acervo. Vamos lá, não perca tempo. Ou o café esfria. A foto vai em homenagem à campanha.

22.4.07

São Paulo, 2006

Tinha consciência para perceber que se tratava de um padre e que só haveria um motivo para ele estar ali: dar-lhe a extrema unção. Contava orgulhoso a primeira [e ainda única] seqüência do seu filme. A cidade lotaria o cinema, vislumbrava. Roupas de domingo e máquina para tirar retrato ao lado da atriz, da capital ao estrelato. Ouvidos atentos ao primeiro parágrafo. O livro começaria assim. Realmente interessante, escapava em geral. Desconversava sobre o que vinha depois mas venderia muito, dizia, e poderia até virar filme.
BZ

21.4.07

- ah!... tem um artista capixaba que ta usando uma foto sua no site dele, sem colocar creditos... (alias, o site dele e muito bom, modestia a parte)
- filo da puta. bota o crédito lá. te processo!!
- nao cara... e so a fotinha do texto q vc fez em sao paulo, pra ilustar a secao de texto...
- crédito, por favor
- fica feio de botar o credito la...
- crédito, crédito
- mas nao preocupa... vai ter na secao de credito. so nao vou botar em cima da foto, ne porra? senao seu nome estraga a foto
- ah, mas credita, velho
- calma velho
- num é poruqe é minha. deve creditar tudo
- e so um quadradinho de nada.... vai ter os seus creditos la onde tem q ter... fica tranquilo e fala pro seu advogado sentar ai na cadeira. alias tira o dedo da minha cara. porra bruno!
- sorte sua que a gente tá no msn
- eu ja falei q tem uma secao de credito no site caralho
- senão... dá o endereço
- calma... eu to fazendo ainda.... vai demorar uns 4 meses ainda...
O sol cáustico
estica a couraça, tísica.
Corpo e terra se pregam,
tudo vira chão.

Poemete que junto com uma foto virou
'O sertão é todo espera', do Walter Carvalho.

20.4.07

Muqui, 2006
A redação de La Repubblica anuncia uma paralisação de sete dias. O jornal volta a ser publicado na terça-feira, 24 de abril. O site será atualizado a partir da manhã da segunda-feira, dia 23. Os jornalistas de La Repubblica com este protesto querem despertar o mundo da política para a situação, até agora ausente, diz o sindicato, dos assuntos contratuais da categoria.
Da capa do Repubblica.it

Na noite de hoje [16.4] a redação do jornal La Repubblica anunciou uma paralisação de sete dias. A notícia do protesto, que interrompe a publicação do jornal até o dia 24 de abril, foi publicada no portal Repubblica.it, que terá sua atualização interrompida até a manhã do dia 23, segunda-feira.
Do businessportal24.com

Em solidariedade aos colegas de La Repubblica, em greve desde o dia 16, o colunista ˙Fulano de Tal˙ volta a apresentar o ˙Análise de Mercado˙ na segunda-feira, dia 23, quando termina a paralisação.
Da Rai Uno, fm 87,5, onde no início de cada programa é lida uma nota de apoio à paralisação.

19.4.07

Hoje eu vi uma pomba comendo vômito. A Susy, cachorra do Rafael, comia catarro e guimba. Morreu de velha. Criança come cocô. Alguns adultos, lixo. O preso come comida azeda. Na rua, se come gato e cachorro sem saber e beber esperma na intimidade é considerado normal.
BZ

Regência, 2004

Pra lembrar que índio existe.

18.4.07

De longe, Mara ouve na memória os assovios do irmão. [...] ˙Era nas letras dele que você podia sentir o que ele queria˙, comenta. E isso, o próprio Sérgio deixou claro: ˙Tudo cruel, tudo sistema [...] Eu subo e nunca estou no céu˙.
Trecho do ˙à memória de Sérgio Sampaio˙, do Vitor Lopes.
Tudo no http://www.overmundo.com.br/overblog/sala_edicao.php?em_edicao=4183
Pra lembrar que índio existe.

Vitória, 2005

Saiu na Novo Império. Cocar branco, máscara, sem camisa e calça azul. Veio na frente da bateria puxando uma ala cor de abóbora.

17.4.07

Tudo que se passava virava uma carta.
Ou de agradecimento ou de outra coisa.

Roma, 2007

Dos auto-retratos.

16.4.07

Uyuni, Bolívia, 2005

Não conhecia nada mais incômodo que um desconhecido andando ao seu lado na rua. Às vezes se deparava com isso. Um estranho na mesma velocidade por vários metros. Trocava de pensamento e ainda estava ali o anônimo, fingindo naturalidade. Segundo ele fingindo. Fazia o mesmo. E seguiam. Um dia assuntou. Perguntou o nome, o destino. Para relaxar. Pensou e achou estranha a iniciativa. Depois, de tão natural, nem as pessoas estranhavam mais. Virava logo uma conversa. Se aprimorou. Ouvia em cinco minutos o que o analista costumava levar semanas. Ficou conhecido o sujeito. Muitos já faziam questão de esperá-lo passar para acompanhar. Às vezes virava uma conversa coletiva. 6 ou 7. Começou a atender ali no trajeto da padaria. Fez cartão de visita e botou anúncio. Conversa era o seu negócio. Com pouco tempo ampliou. Fazia agora o trajeto para o parque. Mais longo e com mais privacidade para os clientes.
BZ

15.4.07

˙- Rapaz, não faça isso, gritei, como se tivesse tomado um choque elétrico. O homem, bem mais calmo do que eu, apenas virou a cabeça e disse, com lentidão:
- Eu vou me matar.˙
Trecho ˙Do Viaduto˙, do Tuca Vieira. Foto e texto no
http://www.revistapiaui.com.br/2007/abr/fotografia.htm
Serra, 2005

Das de lá do Impublicável.
Paraty, 2006

Ficou surpreso com as semelhanças. - Esse lugar aqui é tão parecido com aquele outro que eu acho que nem tô aqui, tô lá. E aquele menino ali brincando... é tão parecido com aquele daquele dia que eu acho que nem é hoje, é aquele dia.

14.4.07

Lúcio Maia da Nação Zumbi
Vitória, 2006

Os meses passaram e o ano quase acabava. A folhinha porém, na parede da cozinha, não saia de janeiro. Dizia que a fotografia era mais bonita.

13.4.07

Cariacica, 2005

Kafka esteve na Itália antes de escrever 'O Processo'. Garantem ter saído daí a inspiração. ˙Eu também sou funcionário público. Estou habituado com o ambiente das repartições mas aqui o ar é realmente muito pesado.˙ Josef K.
Das mentiras que poderiam ser verdade.
Serra, 2005

L'eliminatore = O exterminador do futuro
La febbre de sabato sera = Os embalos de sábado à noite
Amleto = Hamlet
Sulla strada = On the road
Grande fratelo = Big brother
Das traduções daqui.

12.4.07

- Aquele ônibus era o 467?
- N...
- Ah, se fosse também não ia adiantar, deixa.
Das pequenas derrotas diárias.

Paraty, 2006

˙I haven’t been drinking.˙
˙I’m not a Veteran, I was a drug addict — heroin.˙
˙I’ve been clean for a year — I hit rock-bottom.˙
˙I’m listening to Oldies 104.3, Dick Purtan.˙
John lives on the streets of Metropolitan Detroit.
Do www.snowsuit.net
Retrato e história de moradores de rua de Detroit.

10.4.07

Vitória, 2006

...com tempo o espaço ocupou toda a minha atenção, foi lentamente substituindo os eventos e o homem. Ralentar a visão foi para mim uma pequena revolução do olhar e também de retorno ao passado, quando os fotógrafos, por necessidade técnica, utilizavam películas lentas e grande câmeras com tripé. Podiam representar o mundo somente de modo estático. Mas a ˙lentidão do olhar˙, em sintonia com a fotografia dos lugares, se tornou para mim muito mais: é uma espera, um instante ˙filosófico˙ e existencial pelo qual se pode resgatar um ˙sentido˙ possível do mundo externo.
Palavras do Gabriele Basilico

9.4.07

Sucre, Bolívia, 2005

Sentou-se ao computador feliz da vida acompanhado do café e do cigarro. Na ponta dos dedos abriu o toca música da máquina e viu toda sua imensa lista de sambas. De Adoniran a Zé Kétti não faltava nada. Clicou na primeira da lista. No primeiro xicundum e gole de café, recostando, morreu de um ataque fulminante do coração. Caiu de cara no computador. Justo em cima do botão do volume. Samba no volume máximo fazendo tremer a cristaleira. Só descobriram o corpo depois de uma semana quando a rua inteira reclamou que a música tinha parado.
Do Bruno Zorzal
Vitória, 2005

A partir de uma ilustração, hoje fiz a foto ˙os olhos de Saramago˙ ou ˙aos olhos de Saramago˙ ou ˙sob os olhos de Saramago˙ ou só a foto dos olhos do Saramago mesmo.

8.4.07

Cariacica, 2006

Aqui hoje é dia de comer cabrito (codeiro, mas tá tudo em família). Vai uma homenagem à tradição.
Quando o comes e bebes começou, no melhor da cabritada a polícia e o dono do bicho chegou.
A polícia tá no morro atráis do cabrito do doutô, qui o Bento matô e feiz tambô. O comissário mandô dizê qui a iscola só sai si o cabrito aparecê.
Da ˙Cabritada malsucedida˙ do Geraldo Pereira e Wilton Wanderley, e ˙Polícia no morro˙ do Geraldo Pereira e Arnaldo Passos.
Vitória, 2004

Tomado por ímpeto cartesiano, saio pra fazer a ˙foto do dia˙. Um tema uma foto, é a nova idéia. Não vale foto feita sem a intenção de ser a foto do dia. No primeiro dia para a primeira foto, assunto interessante, quase um filme. No segundo deixo de fazer por causa das do primeiro. No terceiro não sei se fiz. Penso que seria melhor mudar isso pra ˙filme do mês˙.

7.4.07

Casa de passagem
Vila Velha, 2006

'Eu vi aquela bicicleta vermelha e enfeitada com espelhos, fitinhas, buzina e achei bonita.'
'Pelo menos uma guerra no currículo já estaria bom.'
Alberto Silva e João do Papel.
Do //tamarindo-saci.blogspot.com
Copacabana, Bolívia, 2005

Não há estudos dos efeitos de DORFLEX® (citrato de orfenadrina/dipirona sódica/cafeína anidra) administrado por vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para eficácia deste medicamento, a administração deve ser somente pela via oral.

6.4.07

Ju e Aline
Serra, 2006

Diz estar a cada dia mais convencido de que o que menos importa numa exposição fotográfica são as fotografias. A menina foi e pegou fotos de família da mãe. Desde quando era criança ao lado da irmã gêmea até três anos atrás. Manipulando as imagens no computador, se inseriu nas fotos. Ela está ao lado da mãe em todas as ocasiões da vida. Brincando no parque, com a turma da escola, vestida para o baile, com o namorado, auto-retrato, festa de família, tarefas domésticas. Está em todas as fotos. E olhando para a mãe enquanto todos olham para a câmera. Sempre para a mãe. Desavisados passam direto pela sala em direção à próxima exposição. 'São só fotos de família penduradas na galeria'. E são mesmo. Feias, desbotadas, tortas. Nenhum apuro estético porque a idéia pedia assim.
Sobre 'Moira Ricci, 20.12.53 - 10.08.04', de Moira Ricci.
Jorge Mautner
Vitória, 2006

05/04/2007 [20:46]
José Luiz - Santa Maria [RS]
Nos anos 70, parece que em 79, assisti a um espetáculo teu e do Jacobina aqui em Santa Maria. De lá para cá virei teu fã. Um abraço.

26/03/2007 [19:58]
nilton - marica [rj]
romario,999

10/02/2007 [01:28]
plinio - guara [df]
oi

09/02/2007 [18:26]
elivania - recife [pe]
Que felicidade ver vc hoje no sem censura!
VC É MARAVILHOSO!

23/03/2007 [08:38]
castor luiz - recife [PE]
bem, jorge, sou músico aqui de Recife e queria muito conversar contigo acerca de arte e vida. um abraço, Castor. www.mulamanca.com.br

20/12/2006 [19:42]
everton lopes - Uniâo [PI]
Caralho Mautner!!!!Me cansei de presentear as mulheres com a frase:sâo possos de petroléo a luz negra dos teus olhos.Muito obrigado

04/12/2006 [00:32]
Cristiana Lôbo - Brasília [DF]
Cadê você? Mande notícias

18/10/2006 [09:28]
Gleico Prado - Guarulhos [SP]
Bom dia!!! alguém tem a coleção em mp3 do mautner pra vender, pois me interessa.
AVE MAUTNER, O DEUS DO KAOS!!!!

27/09/2006 [14:37]
odegar - Flores [RS]
foi duas por engano desculpe!

27/09/2006 [14:37]
odegar - Flores [RS]
foi duas por engano desculpe!

Dos recados no jorgemautner.com.br
Jorge du Peixe da Nação Zumbi.
Vitória, 2006

˙Se pensa em um bom dicionário: cada palavra nele definida será descrita com palavras estas também definidas no dicionário, e assim em certo nível todo o dicionário é circular. Por exemplo, se deve consultar ˙gato˙ e encontra a definição ˙quadrúpede felino˙, poderá depois consultar ˙quadrúpede˙ e ˙felino˙. Após uma série de ações similares descobrirá enfim que cada palavra consultada é definida em termos de outras palavras consultadas. Esse tipo de circularidade é completamente aceitável, o que não é aceitável é o tipo de circularidade que define um termo somente em relação a um outro e vice-versa. Assim, por exemplo, se procurasse ˙sim˙ e a definição dada fosse ˙o contrário de não˙; e depois procurasse ˙não˙ e a definição dada fosse ˙o contrário de sim˙, teria boas razões para se sentir contrariado.˙
D˙A questão da arte˙, de Nigel Warburton.

5.4.07

São Paulo, 2005

˙...boêmios, seresteiros, traficantes, muambeiros, zumbis, incensos, mambembes, sub-cretinos, biriteiros, emboabas, jecas totais, sem cérebros, mendigos, mães-de-santo de meio sexo encruado, trecheiros, prostitrutas, camelôs, garçons paroaras, músicos com sovacos de dinossauro, bandidagem de neoliberais com grife, contrabandistas informais, freiras, pastores de cabras e artistas de ruas. Saravá, procissão de lazarentos, mestiços, mulatos, mamelucos, sarangas, tongos, cafuzos e flanelinhas cheirando cabritado Avon vencido...˙
˙Mágicos de circo, craques de várzea, mestres do samba, rainhas do Carnaval. Essa gente simples e esquecida ... tinha em Plínio um aliado.˙
˙Queria mesmo era ser jogador de futebol.˙ Plínio Marcos
Do pd-literatura.com.br (Silas Corrêa) e pliniomarcos.com (Fred Maia, Vinícius Pinheiro).
Sucre, Bolívia, 2005

Empolgado, em um ângulo menos lateral, à vontade, espero as imagens aparecerem. Feliz. Agora vai! O segurança chega. Interrompe todos os meus planos, "basta de fotos!". Ainda se gaba do infra-vermelho para o monitoramento da sala. Eu seria pego todas as vezes que tentasse. Só posso concordar, dissimulando.

4.4.07

Luz azul, o suficiente pra marcar o sax e a expressão do Zé Canuto. Um silêncio que se ouve os mínimos nuances do sopro. O solo por um minuto segura a platéia suspensa. Os pés balançam. A dois metros, Lenine olha tudo e sona coadjuvante a viola. Junto com a luz o som vai se apagando e por centésimos de segundo a sala se esvazia. E fica assim. É aí, no fim d'o silêncio das estrelas', que salta o primeiro 'bravo!' da platéia e todos os aplausos até então contidos.
Há pouco no show do Lenine.

3.4.07

Regência, 2004

"... reunir textos que estavam dispersos e tentar dar um sentido.
A escolha de frases diversas encadeadas formando um todo, aniquilando a noção de autoria, é um projeto inacabado de Flaubert que eu retomo..." Método, de Amir Cadôr.
Fragmento da idéia no www.revista.criterio.nom.br/artesamir.htm

2.4.07

Vitória, 2006

" Sempre mantive um diário.
Diário, às vezes, se torna um verdadeiro suplício diário. De instrumento de prazer de uma escrita à deriva, acaba se transformando numa obrigação narrativa de cobrir a totalidade dos fatos. Um risco.
Como se, para mim, um diário não tolerasse o vazio, só se tornando um verdadeiro diário se completo, exaustivo e absoluto, a ponto de, em certos momentos da minha vida, eu ter conduzido os acontecimentos do dia a dia de forma a aumentar sua eficácia como matéria-prima de um diário." Arthur Omar
O texto do diário e as suas gloriosas no www.museuvirtual.com.br/arthuromar
Serra, 2004

Das de lá do Impublicável.

1.4.07

Roma, 2007

Isso é uma foto e foi encontrada no lixo espalhado pela rua. Desse jeito aí. Ele se chama Alfredo. Estava escrito na foto. Nessa e em mais algumas. Todas tiradas em Roma. Tem algumas paisagens mas a maioria são retratos. Apesar de estar escrito na foto que o nome dele é Alfredo, quem garante que é mesmo? Agora é mas e antes? E de onde ele é? A referência mais próxima é o lixo. Mas não deve ter nascido lá. E se ele tiver um diário? Aí dá para saber tudo. Preciso ter acesso ao diário dele. Mas também pode ser a qualquer diário sem dono. Aí ele seria do Alfredo que ainda não tem identidade. O diário personificaria a foto e a foto o diário. Ele precisa de um diário.
Serra, 2005

Dia da mentira. É legal lembrar dessas datas. Tipo dia da mentira, dia do índio, dia do deficiente físico (mesmo dia do aniversário do Tomás). Tem muitos fatos marcantes que levaram em conta o 1º de abril. Tem o episódio do golpe de 64 em que os generais, com medo de que todos pensassem se tratar de uma brincadeira, o anteciparam para o 31 de março. Famoso. Ontem foi aniversário dele então. Tem outros episódios também. Eu não conheço mas tem.
Alto Caxixe, 2006

"Se você pegar um tamborim e fizer isso, ó. [Nesse instante, Paulinho pega um livro e improvisa um batuque, mostrando a síncopa. Ao acelerar o mesmo batuque, ela some e o som muda nitidamente]. Esse 'molejo', esse 'balanço', a 'malemolência', esses termos usados pelos autores e críticos antigos, o sujeito dizia, 'faltou a malemolência', então, na verdade o cara tá querendo falar da síncopa. Essa coisa que faz o cara cantar de um jeito e tocar de outro."
Da entrevista com o Paulinho da Viola no Estadão dia 17 de fevereiro.
Recife, 2003

Não, na minha opinião sim
Legal a malemolência, essa síncopa, tocar de um jeito e cantar de outro. Vou levar isso como a regra daqui. E vamos devagar também. Mostro umas coisas, falo umas outras e vamos. Vai ter muita gente conhecida. Escrevendo. Espero que eles não se importem. As fotos eu mostro as minhas mesmo.